A recente movimentação no mercado de Bitcoin tem gerado bastante conversa entre investidores, e não é para menos. Apesar de uma queda significativa no preço, a procura por futuros de Bitcoin só cresce, o que mostra que a galera ainda está se movimentando. O preço do BTC caiu para US$ 109.400, o menor patamar em mais de seis semanas. Esse cenário começou após a venda de US$ 11 bilhões por uma baleia que ficou fora do mercado por cinco anos, com o dinheiro sendo direcionado para Ether (ETH) tanto à vista quanto em futuros na exchange descentralizada Hyperliquid.
Surpreendentemente, mesmo com a desvalorização, a demanda por futuros de Bitcoin alcançou um recorde histórico. Isso leva muitos traders a especularem se US$ 120.000 é o novo objetivo. No início da semana, a quantidade de futuros de Bitcoin em aberto subiu para 762.700 BTC, um aumento de 13% em comparação com duas semanas atrás. Essa movimentação indica que, mesmo com uma queda de 10% desde o valor máximo histórico em 14 de agosto, os traders não estão saindo do barco.
Embora a alta no número de contratos futuros seja um sinal positivo, é importante destacar que os US$ 85 bilhões em contratos não necessariamente mostram otimismo. Isso porque as posições compradas e vendidas tendem a se equilibrar. Se os compradores exagerarem na alavancagem, uma nova queda abaixo de US$ 110.000 pode gerar liquidações em massa, algo que não é bom para ninguém.
Atualmente, o prêmio dos futuros de Bitcoin está em 8%, uma leve subida em relação aos 6% da semana passada. Apesar dessa leve melhora, vale a pena ressaltar que esse prêmio não se manteve acima de 10% por mais de seis meses. Isso mostra que, mesmo com a máxima histórica de US$ 124.176, um otimismo generalizado ainda brilha por sua ausência.
Fragilidade e alavancagem: um jogo arriscado
A recente queda no preço pegou de surpresa muitos traders que estavam superalavancados, resultando em incríveis US$ 284 milhões em liquidações de posições compradas. Esse cenário demonstra que o Bitcoin tem uma liquidez considerável, mesmo aos finais de semana. Porém, a rapidez com que esses negócios ocorreram deixou alguns com a pulga atrás da orelha, especialmente porque o vendedor manteve a posição por anos.
A taxa de financiamento dos futuros perpétuos de Bitcoin voltou a subir para 11%, após uma pequena oscilação. Normalmente, em mercados neutros, essa taxa varia entre 8% e 12%. Uma parte do sentimento cauteloso pode ser explicada pelas saídas líquidas de US$ 1,2 bilhão em ETFs de Bitcoin à vista nos EUA entre 15 e 22 de agosto.
Para entender melhor a situação, é crucial observar o mercado de opções de Bitcoin. Neste momento, as opções de venda (put) estão com um prêmio de 10% sobre as opções de compra (call), um sinal claro de que o clima é de pessimismo. Essa desconfiança não é incomum após uma queda de mais de US$ 6.000 em apenas dois dias. A movimentação das baleias, que mudaram seu foco do Bitcoin para o Ether, pode estar influenciando o humor do mercado, mas essas tendências costumam se estabilizar ao longo do tempo.
Ainda assim, apesar da pressão negativa recente, a possibilidade de uma alta do Bitcoin em direção aos US$ 120.000 não desapareceu. Porém, para que isso aconteça de forma consistente, é fundamental que haja um retorno dos fluxos para ETFs à vista. O cenário econômico global ainda parece incerto, e a expiração de US$ 13,8 bilhões em opções mensais nesta sexta-feira pode ser um fator decisivo para entender se os investidores vão voltar a se animar com o mercado.
